A Invenção de Morel, romance do argentino Adolfo Bioy Casares (1914-1999), foi publicado originalmente em 1940. Narrado por um fugitivo da justiça, conta a história de sua busca por esconderijo e salvação numa ilha deserta. Após um período solitário, o narrador se surpreende com a presença de pessoas no local. Ele não sabe como elas chegaram lá e nota que seus modos são anacrônicos e seu cotidiano, repetitivo. Atordoado com as mudanças, a princípio evita as pessoas, mas a paixão que brota por uma das visitantes da ilha o leva a quebrar o isolamento. Aos poucos se aproxima dela e de seu mundo e descobre que se chama Faustine. Tenta falar-lhe, mas ela não o ouve, nem o vê. Instigado pelo desejo, ele busca nas entranhas do lugar alguma explicação para o alheamento de Faustine. Obcecado pela moça, assiste ao assédio de outro visitante a ela e sente ciúme. Aos poucos, o mistério se desata. Morel, o homem que assediava Faustine, construíra uma máquina capaz de extrair das coisas e das pessoas uma espécie de essência. O narrador supõe então que Morel recorreu à máquina porque fracassara em sua tentativa de seduzir Faustine, captando secretamente imagens durante uma semana de veraneio e, graças ao movimento da maré, que fazia funcionar seu invento, deixou-as serem reproduzidas eternamente, numa espécie de filme dotado de todas as dimensões possíveis. Esclarecido o enigma, o narrador coloca-se diante de um dilema - contemplar Faustine eternamente ou usar a invenção de Morel, inserir-se em suas imagens e passar a viver no mesmo mundo de Faustine.
Em Lost[]
- Sawyer lê esse livro enquanto está em sua casa na vila dos Outros, morando com Hurley. ("Eggtown")
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